terça-feira, 5 de agosto de 2014

Batalha de Brasília

  O Campeonato Brasileiro recomeçou, mas o principal jogo acontece mesmo é em Brasília (DF). E não, não é no Estádio Nacional, uma das arenas mais caras da Copa do Mundo realizada no Brasil. É no Congresso Nacional mesmo, uma das casas representativas do povo mais caras do mundo.

  A Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte do jeito que está tem tudo para ser mais uma peça do faz-de-conta verde-amarelo. É bem semelhante àquela eterna frase do ex-jogador Vampeta, lembra? "Fingem que me pagam e eu finjo que jogo."... Pois, é!

  Mas para começo de prosa é preciso que algo fique bem claro: não se reestrutura o futebol brasileiro sem a reestruturação dos clubes. Que eles estão falidos, não há dúvida. Que têm sido mal geridos, também acredito que pouca gente irá discordar. Mas então o que fazer?
"... levando em conta esse ambiente futebolístico onde algo ainda muito mal explicado recolocou o Fluminense na primeira divisão do Campeonato Brasileiro, que seria possível crer em uma punição sendo levada a cabo caso o time de maior torcida do País não viesse a cumprir os termos assim determinados na legislação?"
  Seria bom não passar a mão na cabeça de ninguém. Cobrar o que tem que se cobrar e ponto final. E, de preferência, obrigá-los a pagar. 

  A partir daí, as fórmulas são livres, fica ao gosto do proponente, apesar de preferir a que sempre funcionou e que não por acaso o sistema bancário mundial a utiliza desde sempre: patrimônio! Simmmm, se tens um punhado de terra e deves ao banco, o que acontece? Exatamente... É isso aí! Tomam-lhe o punhado de terra!

  É claro que não dá para generalizar, porque tem clube que nem punhado de terra tem. Mas tem direitos econômicos, patrocínio, que muitas vezes é estatal, renda gorda em jogos, enfim, tem receita! E a receita que arque com a despesa.

  Toda vez que ouço projetos de apaziguamento fiscal, ponho-me a pensar, porque as pessoas comuns também não poderiam lançar mão. Consumamos do bom e do melhor, criemos dívidas nababescas e depois damos de ombro à viúva. Moleza, não é mesmo? 

  Portanto, sem esse lenga-lenga de que os clubes fazem trabalho social ou que representam um expoente da cultura brasileira. Não, eles não fazem nada disso. 

  Em sua esmagadora maioria viraram barrigas de aluguel para que algumas pessoas enriqueçam, tirem proveito às custas de uma estrutura arcaica que não se encaixa mais em lugar algum do mundo. São entidades que só sobrevivem graças à conivência fiscal e ao interesse público, uma vez que os brasileiros gostam de futebol, escolhem um time e passam a torcer. Simples! É o vínculo afetivo que os mantêm respirando no Brasil...

  À luz do mundo dos negócios, onde os clubes nacionais deveriam estar inseridos, eles não teriam qualquer chance de sobrevivência se levarmos em conta a situação de sempre. Já teriam ido praticamente todos à bancarrota ou então teriam sido absorvidos por times europeus e americanos, ricos e bem administrados.

  Futebol é negócio, gera divisa, dá emprego e poderia fazer isso muito melhor no Brasil se estivesse inserido à luz do mundo dos negócios. Mas não é isso que assistimos até este 2014 e duvido que iremos assistir nos próximos anos, mesmo existindo gente séria disposta a tentar modificar o costumeiro cenário.

  Mas ainda que se moralize, que a tal lei fiscal seja implementada com as devidas contrapartidas severas, como a exclusão de um clube dos campeonatos que disputa por um punhado de anos... Ainda que assim seja, este blog então lança um simples desafio. A saber:
  • Peguemos o maior clube devedor do País e que por acaso tem a dita maior torcida do Brasil, o Clube de Regatas do Flamengo. 
  • Endividamento de quase R$ 1 bilhão e com torcida de aproximadamente 25 milhões de pessoas.
  • Então, de acordo com a lei em discussão, levando em consideração as punições severas aprovadas, o Flamengo caso não cumpra o que for acordado teria grandes chances de ser impedido de disputar qualquer série do Campeonato Brasileiro ou mesmo o Carioca por anos... 
  Pois, bem... Tiremos a hipótese do banco de reservas! E pergunto: quem irá garantir ao torcedor, levando em conta esse ambiente futebolístico onde algo ainda muito mal explicado recolocou o Fluminense na primeira divisão do Campeonato Brasileiro, que seria possível crer em uma punição sendo levada a cabo caso o time de maior torcida do País não viesse a cumprir os termos assim determinados na legislação? Alguém conseguiria dar ao torcedor essa garantia de lisura, seriedade e comprometimento? 

 De antemão, este blog já se posiciona que nada, absolutamente nada tem contra o Flamengo... Este clube aqui serve apenas de exemplo por conta de sua situação e representatividade.

 Portanto, com a palavra, as pessoas que debatem os rumos do futebol pentacampeão! De preferência, as sérias!

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