segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Até Quando?



O Brasil é um país diferente. Sempre aberto ao mundo e receptivo para com quem vem e o que vem de fora de sua fronteira, o País do samba e do futebol não costuma dar o seu jeitinho na hora de fazer a sua própria lição de casa. Explico.

Alberto Santos Dumont, o sujeito da foto aí do lado, precisou arrumar suas malas, colocar tudo em um navio, viajar algumas semanas até desembarcar em Paris, na França, e colocar seu 14 Bis no ar. Resultado. Um brasileiro inventou o avião, mas não foi no Rio de Janeiro. Foi em Paris.

No esporte, a história se repete. Com exceção do futebol, onde somos 1º Mundo, o resto não tem saída. Tem realmente que arrumar sua trouxinha e desembarcar no EUA ou na Europa.

Exemplos não faltam. São jogadores de basquete, velocistas, atletas de futebol feminino, nadadores e por aí vai. César Cielo, nosso recordista e ídolo maior nesse esporte no momento, é o exemplo cabal da falta de interesse, de vontade de nossa parte. E aqui vale para a iniciativa privada, o poder público e a sociedade civil organizada. É uma história que se repete ano após ano, na ciência, no esporte e nas mais diversas atividades. É o que se chama de fuga de cérebros.

Resolver isso não é fácil, porque não demanda só dinheiro. Demanda iniciativa, senso de brasilidade. Enfim, é preciso que passemos a sentir orgulho de sermos brasileiros para que possamos dotar nossos compatriotas de condições de se desenvolver aqui e não mais lá fora. É um movimento que atinge em cheio nossos conceitos de cidadania.

O que me consola é que nos últimos anos com a melhora do cenário econômico, nossa auto-estima tem sido inflada dia após dia. É um movimento lento, quase imperceptível, mas eficaz no longo prazo. Que bom! Porque não há país que se sustente sem ter a necessária afeição a seu berço esplêndido, mesmo que sua economia seja uma potência global.