quinta-feira, 29 de maio de 2014

"Nenhuma das três arenas tem renovação automática de contrato"

   Conglomerado! Já ouviu falar? Sabe o que é? Se não, preste atenção. Não, não precisa do dicionário não! Basta dar uma olhada na escalação desse grupo brasileiro chamado Odebrecht. Dona de um faturamento de quase R$ 97 bilhões em 2013, a Odebrecht é uma daquelas empresas que joga nas onze. Troca passes em Saneamento Básico, na Construção Civil, no campo das matérias-primas do plástico, a famosa Petroquímica... Mas se é assim, então não faltava área alguma para esse grupo brasileiro? Faltava... Faltava o futebol... Mas já não falta mais, viu!  Presente de um jeito ou de outro em quatro estádios da Copa do Mundo no Brasil, o grupo brasileiro garante que colocou o pé no mundo do Esporte e não tem previsão para sair. E ainda deu a camisa 10 dessa sua nova atividade para Odebrecht Properties, um braço do conglomerado que já no ano passado faturou R$ 2,94 bilhões. E foi o “treinador” dessa turma aí, a Organização Odebrecht, que bateu bola, por e-mail, com o dBico.

dBico - A Odebrecht atua na área de Construção Civil, Petroquímica, Saneamento Básico, Construção de Aeroportos e Hidrelétricas no Brasil e no mundo, entre outras áreas. Então, por que um grupo desse tamanho resolveu colocar o pé no mundo do esporte?
Organização Odebrecht - O Odebrecht Properties é acionista de concessionárias que operam três estádios: Maracanã (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro), Itaipava Arena Fonte Nova (Salvador, Bahia) e Itaipava Arena Pernambuco (São Lourenço da Mata, Pernambuco), todos construídos pela Odebrecht Infraestrutura, assim como a Arena Corinthians (São Paulo, São Paulo), cuja operação será feita pelo próprio clube. A operação de arenas é consequência de algumas oportunidades na Copa do Mundo, em que se conseguiu levar uma gestão privada para os estádios, num modelo de Parceria Público-Privada (PPP).  Entendemos que é uma oportunidade para a Odebrecht  propiciar melhor infraestrutura para entretenimento, movimentando ainda mais esse mercado no País, ofertando mais qualidade, conforto e segurança para a população.

dBico - Para a Odebrecht, o Brasil deveria ter organizado uma Copa do Mundo? Por quê?
Organização Odebrecht - A Copa é uma oportunidade para o Brasil fomentar a atividade econômica, com geração de empregos e renda por meio de novos negócios, criação de investimentos e atendimento a demandas de infraestrutura. Como em outros países, a realização de grandes eventos deverá também no Brasil propiciar efeitos que se estenderão por um prazo mais longo, constituindo em legado. Exemplo disso foi a criação de modelos de PPP e de concessões para operações de estádios públicos.

dBico - Dos 12 estádios de futebol que estarão nas 12 cidades-sede, quantos foram erguidos pela Odebrecht? E desses, qual era o orçamento original de cada um deles? Quais estouraram o orçamento previsto? Em quanto? Por quê?
Maracanã será administrado pela Odebrecht por 35 anos
Organização Odebrecht - A Odebrecht participou da reforma e da construção de quatro arenas da Copa do Mundo: Maracanã, Arena Corinthians, Itaipava Arena Fonte e Itaipava Arena Pernambuco. Os orçamentos iniciais e os custos finais podem ser informados pelos clientes que nos contrataram para realizar as obras. Como em qualquer construção, a variação entre orçamento inicial e custo final pode ser atribuída a vários fatores, como alterações de projetos ou de prazos, mudanças em materiais ou de técnicas construtivas, alterações no número de trabalhadores, variação nas horas trabalhadas, entre outros. É importante registrar que as obras foram entregues pela Odebrecht com alto padrão de qualidade e seguindo todas as especificações definidas pelos clientes, o que torna essas arenas legados para o futuro não só do futebol brasileiro, mas também como indutoras de uma melhor qualidade de vida para todos. 

dBico - Durante a construção dessas 12 arenas, noticiou-se fartamente que houve estouro no orçamento inicial em vários estádios construídos pelo Brasil, além dos sucessivos atrasos registrados em várias arenas quanto ao cronograma de obras. Como a Odebrecht lida com esse tipo de situação? É normal uma empresa com esse capital intelectual e desse porte registrar estouros de orçamento e atrasos de cronograma? Por quê?
Organização Odebrecht - É importante ressaltar que a Odebrecht entregou no prazo três arenas para a Copa das Confederações, que foram o Maracanã, Itaipava Arena Fonte Nova e Itaipava Arena Pernambuco, ainda no primeiro semestre de 2013. Esta última, por sinal, teve sua entrega antecipada em um ano, o que demonstra toda a capacidade da empresa em executar este tipo de obra dentro do prazo estipulado pela organização. Os orçamentos foram compatíveis com as mudanças dos encargos da organizadora da Copa do Mundo e a antecipação da obra, no caso de Pernambuco. No caso da Arena Corinthians, por conta do acidente ocorrido, o cronograma acabou não sendo cumprido, mesmo assim a arena foi entregue para o Corinthians dentro do novo prazo definido pela FIFA, pelo clube e pela empresa.
"... ano passado (2013), no segundo semestre, o estádio (Maracanã) recebeu 62 partidas. Isso supera o número de jogos que grandes arenas europeias recebem anualmente." 
dBico - Estouros e cronogramas em contínua alteração não comprometem a credibilidade do grupo e da engenharia brasileira? Não geram problemas de imagem mundo afora? Como lidar com isso?
Organização Odebrecht - Reiteramos que os orçamentos são compatíveis com os encargos da organizadora da Copa do Mundo. A Odebrecht é uma organização brasileira presente em mais de 20 países, com cerca de 180 mil integrantes. Realizamos obras e exportamos bens e serviços brasileiros para os Estados Unidos, Europa, Ásia, África e América do Sul, sempre alcançando a aprovação de nossos clientes e renovando contratos. A credibilidade da Odebrecht foi construída ao longo de 70 anos, com a atuação em diversas áreas, atendendo clientes e governos com serviços de alta qualidade. Esta credibilidade credenciou a empresa para participar e vencer a concorrência na licitação para construção de quatro estádios da Copa. A experiência que os torcedores já estão tendo nas arenas construídas pela Odebrecht é, sem dúvida, mais um ponto na construção da boa imagem da empresa.

dBico - Hoje, vocês operam as arenas Fonte Nova, Pernambuco e Maracanã. Como funciona esse contrato de operação (tempo, remuneração, responsabilidades)? É com os governos de cada estado? Há renovação automática?
Organização Odebrecht - Cada estádio tem um contrato com suas peculiaridades, mas nenhum deles tem renovação automática. O Maracanã é uma concessão pública. O Governo do Estado (do Rio de Janeiro) contratou um consórcio para reformar o estádio, do qual a Odebrecht Infraestrutura fazia parte e posteriormente abriu uma licitação para a operação do Maracanã. A concessionária Maracanã, controlada pela Odebrecht Properties, foi a vencedora e tem o direito de administrar o estádio por 35 anos. Temos como responsabilidade uma série de obras complementares para executar que estão sendo definidas com o Governo do Estado (do Rio de Janeiro). No caso da Itaipava Arena Fonte Nova é uma PPP, na qual a concessionária tem participação de OAS Arenas. É um acordo de 35 anos de operação, que contempla o período de construção do estádio. Na Itaipava Arena Pernambuco também é uma PPP com o Governo do Estado (de Pernambuco), que nos dá o direito de operação por 33 anos, contando o período de obra.

dBico - Existe alguma arena que provoca algum desafio maior? E em que medida?
Odebrecht tem direito a operar a Arena Fonte Nova por 35 anos
Organização Odebrecht - Todas as arenas apresentam um grande desafio pela complexidade que é operar um ativo deste tamanho, que reúne milhares de pessoas durante o ano. O perfil do público é diferente em cada região. Vale destacar o Maracanã, pela sua importância histórica. Para efeito de comparação, ano passado (2013), no segundo semestre, o estádio recebeu 62 partidas. Isso supera o número de jogos que grandes arenas europeias recebem anualmente. Isso traz como desafio a capacidade de manter o Maracanã sempre impecável, da limpeza e da qualidade do gramado, para a manutenção dos assentos e banheiros.

dBico - A Odebrecht está de olho em alguma outra praça esportiva no Brasil? Há alguns anos a empresa tinha um projeto para erguer uma arena em Campinas (SP) com a Associação Atlética Ponte Preta? Em que pé está esse projeto?
Organização Odebrecht - A empresa segue atenta às oportunidades do mercado, mas não tem nenhum projeto em negociação.

dBico - A Odebrecht também opera o ginásio do Maracanãzinho. Ele está pronto para os Jogos Olímpicos de 2016? Se não, qual é a previsão?
Organização Odebrecht - A concessionária vai fazer intervenções no Maracanãzinho para os Jogos Olímpicos, como está previsto no contrato de concessão.
"No caso da Arena Corinthians, por conta do acidente ocorrido, o cronograma acabou não sendo cumprido, mesmo assim a arena foi entregue (...) dentro do novo prazo..."
dBico - Como a companhia observa a intervenção, que é crescente, do Comitê Olímpico Internacional (COI) na cidade do Rio de Janeiro?
Organização Odebrecht - É normal que as entidades organizadoras participem ativamente das fases prévias de realização de seus eventos, como ocorre com as Olimpíadas.

dBico - Qual foi o faturamento do grupo Odebrecht em 2013? E qual foi a participação desse braço, chamado de Properties? 
Organização Odebrecht - A Odebrecht totalizou um faturamento de R$ 96,9 bilhões em 2013. A Odebrecht Properties, que além de arenas, tem outras duas áreas de negócio, Propriedades Públicas e Propriedades Privadas, teve receita de R$ 2,94 bilhões no ano passado (2013).

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Vai ter Copa :-/

  Ninguém resiste a uma Copa do Mundo. Ninguém! Jogador, treinador, imprensa, torcedor, cidadão comum desinteressado da bola, todo mundo quer participar de um jeito ou de outro nesta que ainda é a maior competição do planeta Terra. Ela é tão poderosa, complexa e profunda que questões geopolíticas já foram resolvidas ali, no campo de futebol, tendo a bola como mediadora. E é justamente por ser o futebol quase uma imitação da apropriação do território do outro, é que a cada edição o Mundial deixa um rastro de destruição. Um rastro que independe da vontade de quem o comanda ou a organiza.

  No Brasil, durante a fase preparatória, já derrubou o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, que ocupava a cadeira máxima por duas décadas e três anos. Sim, você está lendo corretamente! Teixeira ficou no poder por 23 anos e quase dois meses. E agora enseja sem a menor cerimônia colocar na linha de tiro o maior artilheiro da história da Copa do Mundo, o fenômeno Ronaldo. E de quebra pode arrastar o governo da presidente Dilma Rousseff a uma situação de, no mínimo, desconforto!

   Na chegada dos jogadores da Seleção Brasileira, hoje, no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, o que se viu não foi o abraço coletivo da população torcendo para que o time consiga jogando em casa levantar a taça pela sexta vez. O que se viu não foi abraço. Foi bronca! 

   Cada povo tem seu jeito, sua forma de pensar e de se expressar. O brasileiro parece que só se deu conta de que haveria Copa do Mundo por aqui, quando viu a suntuosidade das novas arenas esportivas prontas e acabadas. E a pergunta que sempre martelou a mente de vários brasileiros, agora está na ponta da língua. Por que fazer Copa do Mundo aqui se a saúde pública está em dívida desde que o Brasil é Brasil, se o transporte pouco existe, se a educação é um arremedo e se a violência campeia as grandes metrópoles do País? Por quê? 

"...colocar na linha de tiro o maior artilheiro da história da Copa do Mundo, o fenômeno Ronaldo."

   A pergunta é sinuosa, uma vez que naturalmente já leva ao segundo raciocínio... Se há recurso para as novas arenas que colocam o futebol no Brasil no século XXI, então é obrigatório que exista dinheiro para as questões acima colocadas... 

  Este é o clímax, para este blog. Não há filosofia a ser processada, senão a simplicidade do "por quê?". O clima de indignação não é com o futebol e tampouco com a Seleção. O clima é contra o estado de coisas que não foram feitas ao longo de várias décadas. 
   
   Imaginar que com o fim do Mundial tudo irá desaparecer, a indignação voltará para o banco de reservas, é acreditar que a população seja incapaz de ligar o sujeito ao verbo. O verbo é esse aí, "protestar". O sujeito é esse também, "povo". Agora, o objeto direto é que é... Para onde vai essa metralhadora giratória verde-amarela? Quem será atingido? Ídolos? Políticos? Mídia? A resposta assertiva está longe de ser escrita, mas a resposta instintiva está aí, está batendo à porta. 

   Mas não, a Copa do Mundo não vai derrubar presidente. Pode até mexer na corrida presidencial de Outubro próximo, mas não será central. A Copa só servirá mesmo, e já está servindo, para incutir em cada brasileiro a necessidade de prestar mais atenção nas suas coisas. E a razão é simples, simplória até. Ninguém gosta de passar vergonha em casa quando convida amigos. Ninguém! E o Brasil, meu caro, vai passar... Melhor! Já está passando... Resta saber se vai ou não tomar conta do que é seu a partir de agora!

quarta-feira, 21 de maio de 2014

"Meu contrato com o Santos vai até 31 de janeiro de 2015"

   Gustavo Eugênio é zagueiro. Zagueiro das categorias de base do Santos Futebol Clube. Campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior deste ano e parte do grupo que disputa atualmente a primeira divisão do Campeonato Paulista Sub-20, esse goiano de apenas 20 anos sonha em ascender ao profissional do Santos, onde já treinou algumas vezes. Destro, mas que joga muitas vezes pelo lado esquerdo, com 1,88 de altura e com o contrato prestes a acabar com o time de Vila Belmiro, Gustavo vai ficar de olho na Copa do Mundo no Brasil. E de olho também em uma de suas principais referências como jogador, o zagueiro da seleção verde-amarela Thiago Silva.

dBico - Como foi o início de sua carreira no futebol?
Gustavo Eugênio - Eu comecei a minha carreira no Estado de Goiás, jogando pelo Vila Nova e aos 13 anos de idade me transferi para o Internacional de Porto Alegre. A DIS (o braço esportivo do grupo Sondas) me levou para o Santos aos 14 anos. E estou aqui até hoje.

dBico - Você ainda pertence à DIS? Como é a sua atual situação em termos de direitos econômicos?
Gustavo - Eu não sou mais da DIS, porque quando eu tinha 16 anos não renovei o acordo com a DIS e finalizamos o compromisso. Hoje, meus direitos econômicos pertencem ao Santos, que detém 70%, e o restante pertence a mim. Por enquanto, eu e meu pai administramos a minha carreira.

"Tem vários jogadores que me inspiram, mas o meu preferido é o Thiago Silva."

dBico -  Como está o seu vínculo com o Santos? Qual é a duração de seu contrato? 
Gustavo - O meu contrato com o Santos vai até 31 de janeiro de 2015.

dBico - Vocês já foram procurados pelo Santos para falar sobre renovação, uma vez que a partir de agosto deste ano você já poderia assinar com qualquer outra equipe?
Gustavo - Não. Nós não fomos procurados por ninguém do Santos. Nós estamos aguardando, porque a preferência é do Santos. Gostaria de permanecer aqui.

dBico - O Santos é um time vencedor nas categorias de base do futebol e nos últimos anos tem ganhado muitos títulos no profissional. Como tem sido o dia a dia entre a base e o profissional? Há integração?
Gustavo - Eu já fiz treinos no time principal do Santos e dá para notar que há muito contato entre os profissionais da base e o profissional do Santos. Como o campeonato brasileiro é uma competição longa, há muitos desfalques por cartão, tenho a esperança em ser aproveitado em algum momento.

dBico - O futebol brasileiro evoluiu muito na formação de zagueiros, principalmente dos anos 90 para cá. Você se inspira em algum jogador?
Gustavo - Tem vários jogadores que me inspiram, mas o meu preferido é o Thiago Silva.

dBico -  Qual é o desenho de carreira que você considera ideal para você?
Gustavo - Eu gostaria de construir uma carreira de destaque no futebol brasileiro e só depois me transferir para o exterior.

dBico - Na sua opinião, quem é o grande favorito para vencer a Copa do Mundo no Brasil?
Gustavo - O Brasil é o grande favorito, principalmente por jogar em casa e pela história que tem no futebol.

dBico - Você vai torcer por algum jogador em especial?
Gustavo - Vou torcer por todos, mas claro que vou observar o Thiago Silva, que é um jogador que admiro bastante, e o Neymar, que esteve aqui no Santos. 

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Nossa Casa!*

   Até que ficou bonitinha a "nossa casa"... É bem verdade que ainda falta colocar uns "azulejos ali", "rebocar algumas paredes", dar uma reforçada na laje, comprar uns móveis, mas para primeiro imóvel, ah, ficou bonita! 

   O bairro, vão dizer, "é longe do centro, é difícil de chegar, leva-se muito tempo, o transporte é difícil...". Bobagem! Tudo bobagem! Na nossa casa, a gente não põe defeito não! Fica um pouquinho longe do centro, olha, até que fica... Mas é só um pouquinho, viu! E tem mais... Quem resolver pintar por aqui pode ter certeza que vai ser recebido com um sorriso no rosto, porque é a nossa casa! É a casa do povo!

   Fazia tanto tempo que a gente queria um teto. E demorou, viu... Como demorou! O Vicente tentou algumas vezes, o Alberto também! Mas foi um tal de Andres que tirou do papel... Boa, Andres... A gente vai lembrar de você!

   Ontem, eu fui lá. Visitar nosso barraco, que de barraco nada tem. Tinha até lugar marcado! Uma belezinha. Comprei um cachorro-quente, mandei para dentro um refrigerante e fiquei curtindo cada detalhe... Parecia uma criança com brinquedo novo. Tudo bem, tudo bem, você pode até rir de mim. Não tem problema... Eu estou realmente feliz!

   Mas eu não fui lá só a passeio não! Fiquei de olho em cada detalhe. Vi se a soleira da casa estava bem assentada, se a fiação estava no lugar, perguntei se botaram o tal do cano bom, aquele que a propaganda na tevê garante que não dá vazamento, não dá "B.O"! Fucei cada detalhe. Sabe como é, obra nova, né...

   Olha, foi um sonho realizado, viu... Eu estava numa alegria danada... Poxa, casa nova! E é a primeira... Quando a gente não tinha, diziam que a gente vivia de aluguel. Que como muita gente gostava da gente, os políticos facilitavam para a gente jogar lá, no bairro dos ricos. Pois, é! E agora, hein? Vão falar o quê?  Agora, a gente tem casa! E ficou bonita a nossa casa, eu não me canso de dizer. 

   Dizem que teve uns rolos aí para que a gente ganhasse a nossa casa... Falaram que a Prefeitura perdoou uns créditos, o Governo também passou a mão na cabeça, mas eu não ligo não! O pessoal não precisava de um estádio novo, moderno para receber a gringalhada? Então... 

   Eu só sei de uma coisa. Agora que eu tenho um lar, eu não vou cansar de visitar. E vou cuidar, viu? Já comprei até umas florzinhas pra plantar perto da soleira. Ah, casa que não tem enfeite, é sem graça, não é mesmo? 

   Olha, a nossa casa pode até ser preto e branco, porque a cor quem vai dar somos nós mesmos... Uma cor alegre! A gente vai colorir sempre, porque a gente colore em qualquer lugar, até quando a gente vivia de aluguel. É uma cor tão bonita, tão bonita, que a imaginação chega a ser fiel à realidade... Portanto, ficamos assim... Nos vemos ou no meio de semana ou depois da Copa do Mundo, mas será sempre um prazer receber cada um de vocês na nossa casa, a Casa do Corinthians! 

*Este não é um texto jornalístico, não expressa a opinião jornalística do dono do blog, mesmo sendo escrito por ele. É apenas uma crônica! Não tem pretensão alguma em retratar qualquer realidade. É só uma estória criada para  homenagear este grande clube do Brasil, chamado Sport Club Corinthians Paulista. 

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Liberte a Reflexão!

   Nunca antes na história deste País, o futebol brasileiro foi tão mal na Copa Libertadores de América como na competição de 2014. E aqui há espaço para se desfiar um rosário de razões... Ano de Copa do Mundo, planejamento a desejar, times desarrumados, enfim, explicações estão na prateleira, basta pegar e usar. Mas o que deveria guiar o debate é uma pergunta até singela. Por que não fomos bem? 

   Vem aí a Copa do Mundo no Brasil e como somos pentacampeões, além de termos faturado o caneco da Copa das Confederações em 2013, nem é preciso dizer que a soberba já veste salto 15. O brasileiro adora acreditar que pratica o melhor futebol do mundo, tem os melhores jogadores do mundo e é uma espécie de "Globetrotters", em alusão ao fantástico time de basquete norte-americano que desfilou seu talento principalmente nos anos 80, do esporte bretão.

   Pois, então... Sinto decepcioná-lo, mas para este blog não jogamos o melhor futebol do mundo desde 2002, não temos os melhores jogadores do planeta já faz um boooommmm tempo e de "Globetrotters" só mesmo a lendária camisa Amarela. Até porque uma coisa é o futebol que se joga no Brasil e outra, bem diferente aliás, é a Seleção Brasileira. Sim, porque o País tem tantos jogadores espalhados mundo afora que o amadurecimento é contínuo, multilateral e independe de qualquer movimento de organização. Ele acontece naturalmente, porque não há outro caminho que não seja acontecer. 
"...nem é preciso dizer que a soberba já veste salto 15."
   O que nos ensina essa edição da Copa Libertadores de América é que precisamos urgentemente calçarmos as sandálias da humildade. Classificamos seis times para a fase de grupos, três foram eliminados nessa mesma fase, o que jamais aconteceu na história da Libertadores, desde que a competição assumiu esse formato em 2000. De quebra, nenhum clube paulista sequer pisou nos gramados latino-americanos, o que mostra que as agremiações do Estado mais rico do País precisam é de uma boa reflexão!

   Se tecnicamente, já apresentamos sérias dificuldades, porque falar em superioridade hoje soa como brincadeira, taticamente, a conversa é outra e só piora. Há quanto tempo não assistimos um clube brasileiro de ponta jogando como a Universidade do Chile jogou em 2012 sob a batuta do argentino Jorge Sampaoli, que hoje comanda a seleção chilena? Desde o São Paulo de Telê Santana? Desde o Palmeiras dos mil gols de Vanderlei Luxemburgo? Desde o Vasco da Gama de Edmundo e Evair? 

   O buraco é fundo e só se aprofunda. Não há intercâmbio, porque os times não têm tempo para jogar no exterior... Não há vacância no calendário. Não há intercâmbio, porque não contratamos além do continente sul-americano. 
"Há quanto tempo não assistimos um clube brasileiro de ponta jogando como a Universidade do Chile jogou em 2011, 2012...?"
   Enfim, não há troca de conhecimento. Ou o futebol praticado no Brasil se abre e admite que é preciso de renovação em todos os sentidos, tecnicamente, taticamente e organizacionalmente ou vamos assistir o aprofundamento desse cenário, com mais vitórias de "Raja Casablanca", "San Lorenzo", "Bolívar" e por aí vai...

terça-feira, 13 de maio de 2014

"Nível do futebol no Brasil é bom mas taticamente muito abaixo da Europa"

De São Bernardo do Campo, cidade da região metropolitana de São Paulo (SP), até Tilburg, província de Brabante do Norte, localizada na região sul dos Países Baixos, lá se vai uma boa caminhada. São mais de 9,5 mil quilômetros de distância entre um ponto e outro, o que na prática significa se enfiar em um avião no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), fazer uma conexão em algum lugar da Europa, desembarcar em Eindhoven, nos Países Baixos, e percorrer pelo menos uns bons 30 quilômetros... Até chegar em Tilburg, o quartel-general do clube de futebol Willem II (três vezes campeão holandês), onde quem se destaca é o são-bernardense Bruno Andrade. Aos 25 anos, Andrade balançou por 14 vezes em 27 jogos as redes dos adversários da Jupiler League, a segunda divisão do campeonato holandês, na temporada 2013/2014, o que lhe rendeu o sexto lugar na tabela de artilharia. E de quebra foi fundamental para a volta como campeão do Willem II, que tinha caído para Jupiler League no campeonato de 2012/2013, à primeira divisão, a Eredivisie, na próxima temporada. 

dBico - Qual foi o seu primeiro clube no Brasil na base e quando foi? Você jogou profissionalmente por aqui? Se sim, quando, por quem e qual foi a competição?
Bruno Andrade - Comecei no Audax-SP em 2004. Na época, o nome era PAEC. Estreei como profissional aos 16 anos pelo PAEC e joguei uns 8 jogos pela B-1 do campeonato paulista (Quarta Divisão do Futebol de São Paulo). Foi o primeiro ano do PAEC como time profissional. 

dBico - Atualmente, você defende o Willem II, que acabou de subir para a primeira divisão da Holanda como campeão. Você pretende ficar na equipe para a próxima temporada? Você foi sondado por alguma outra agremiação da Holanda ou da Europa? Se sim, por quem? Como estão as negociações? Se não, como está a sua situação no Willem II em termos de contrato, duração, renovação?
Andrade - Fomos campeões esse ano e tenho mais um ano de contrato com o Willem II. Apareceram algumas coisas e estamos em conversa pra ver o que é melhor para o futuro. Tenho vontade de ficar e jogar a primeira divisão pelo Willem II. Sou querido aqui e é sempre bom jogar em um clube onde você é bem recebido. 

"Eu me inspiro no Cristiano Ronaldo, um exemplo de profissional..."

dBico - Você já teve passagens pelo Reggina da Itália e STVV da Bélgica. Quanto tempo ficou em cada clube? Por que resolveu desembarcar na segunda divisão da Holanda?
Andrade - Joguei uma temporada pelo Reggina da Itália, uma e meia pelo STVV da Bélgica, três pelo Helmond Sport da Holanda, e meia temporada pelo Audax (RJ). Vim pro Willem II, porque sabia que eles tinham ambição em serem campeões e por ser um time grande, de tradição na Holanda. Jogar para ser campeão foi o maior motivo. 

dBico - Qual é a sua visão a respeito dos estilos de futebol praticados na Holanda, Bélgica, Itália e Brasil? Há mais diferenças do que semelhanças? Quais são as principais diferenças?
Andrade - Os estilos de jogo são bem diferentes. Na Itália, o jogo é bem fechado, a bola aérea é muito usada e o ritmo um pouco mais lento que na Bélgica e Holanda, que já são jogos mais ofensivos e dinâmicos. No Brasil, o nível é bom, mas taticamente ainda muito abaixo da Europa. 

dBico - De onde é o sobrenome “Andrade”? Você já tem dupla cidadania? De posse da dupla cidadania, você aceitaria atuar por essa seleção? Já foi sondado? O que pensa de jogadores brasileiros que resolveram defender outras seleções?
Andrade - (O sobrenome) Andrade é da minha mãe. O verdadeiro nome vem da minha avó: "Lazzari", que é o nome italiano da família. Tenho dupla cidadania italiana. Gosto da Itália e da Holanda. Se um dia tiver a oportunidade em jogar nessas seleções, aceitaria com o maior prazer. Jogar em uma seleção e disputar campeonato de nações, com certeza deve ser um sentimento único. Acho legal os jogadores que jogam em outras seleções. A seleção brasileira é muito difícil, pois temos muitos jogadores bons, que podem ter possibilidades em outras seleções. 

dBico - Qual é a sua estratégia em termos de carreira? Qual seria o centro que desejaria jogar? Tem sonho em atuar por algum clube? Qual?
Andrade - Tenho vontade de jogar em times grandes e ligas grandes. O campeonato inglês é o meu favorito. É muito organizado e tem um nível muito alto. Jogar em times da Barclays Premier League seria um prazer. 

dBico - Gostaria de defender um clube brasileiro importante? Você alguma vez já foi sondado nesse sentido? Se o foi, por quem? E por que não deu certo?
Andrade - O campeonato brasileiro é bem nivelado e bom para se disputar. Jogar em um grande clube seria um prazer.

dBico - Em que você se inspira como jogador? Por quê?
Andrade - Eu me inspiro no Cristiano Ronaldo, um exemplo de profissional e com uma ambição de sempre ganhar mais. 

dBico - O que se fala da Copa do Mundo no Brasil na Holanda?
Andrade - Aqui na Holanda, as pessoas não estão nada esperançosas com a própria seleção. Acham que não vão muito longe. Creem que Alemanha ou Espanha ganhem e esperam que o Brasil vença. 

dBico - Na sua avaliação, quem são os favoritos para vencer a Copa do Mundo? Por quê?
Andrade - Em minha opinião, o Brasil é o favorito por conta do fator casa. A torcida virá com tudo. Acho que a Alemanha tem o melhor elenco. A Espanha com certeza é uma das favoritas pelo que vem fazendo nos últimos anos. Mas a minha aposta é no Brasil. 

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Minuto de Silêncio!

   Um minuto de silêncio, por favor! Para falar bem a verdade, talvez seja necessário mais que um minuto, uma hora, um dia... Talvez seja preciso bem mais que o silêncio, inclusive. Talvez o que precise mesmo é de um novo acordo, um novo parâmetro, um novo olhar. Nenhuma festividade, nenhum trabalho, nada, justifica a morte em ambiente de trabalho! 

   Quem vai se posicionar? Se são autoridades esportivas ou não, locais ou mundiais, tanto faz... O momento é de reflexão. Se na África do Sul, em 2010, tivemos duas mortes, o que falar das oito vítimas já registradas no Brasil? Três operários perderam a vida nas obras da Arena Corinthians, palco da abertura do Mundial deste ano; outros três na Arena Amazônia; um em Brasília e agora mais um na Arena Pantanal. Em boa matemática, um terço dos estádios brasileiros para o Mundial já registrou vítimas fatais e temos quatro vezes mais mortes do que o verificado na Copa do Mundo anterior. 

Um terço dos estádios brasileiros registrou mortes nas obras para a Copa do Mundo de 2014

   Mas o buraco parece ser bem maior. O que dizer da distante Copa do Mundo de 2022, marcada para acontecer no Catar? Por lá, dados da International Trade Union Confederation, a Confederação Mundial dos Trabalhadores em bom português, indicam que 1,2 mil pessoas já perderam suas vidas nas obras do Mundial, que vão além de estádios, porque há questões de infra-estrutura inseridas no projeto. Sim, você leu certo! Mil e duzentas pessoas morreram ou por questões relacionadas às atividades diárias de trabalho ou simplesmente porque resolveram se suicidar. As autoridades do Catar, no entanto, discordam dos dados divulgados pela entidade e afirmam que os números estão errados.

   Certos, errados, aproximados, a questão é menos o número e mais a vida! É impossível considerar normal que um evento esportivo, no caso a Copa do Mundo, seja marcado por mortes na construção de estádios, na realização dos jogos ou em qualquer outra atividade relacionada. Fatalidades existem, infelizmente, mas mortes em série, não!

1,2 mil pessoas morreram 
nas obras da Copa do Mundo de 2022, segundo a Confederação Mundial dos Trabalhadores

   As autoridades brasileiras parecem inclinadas a tomar providências. Tem vigiado de perto, adotado certas medidas, mas o problema foge ao Brasil. A questão é global e, em certa medida, quem deveria capitanear toda e qualquer iniciativa para evitar que novos incidentes viessem a acontecer deveria ser a organizadora do evento, que no caso é a entidade máxima do futebol, a Fifa. 

   Lamentar, a Fifa até lamenta. Mas é preciso mais que uma palavra de condolência. É preciso medidas que evitem mortes tolas como observamos na África do Sul, vemos no Brasil e pelo jeito já assistimos no Catar. Com a palavra, melhor, com a bola mesmo debaixo do braço, a Fifa!

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Miranda a Injustiça

   Injustiça! Está aí um "nome" que nunca falta em qualquer convocação de Seleção Brasileira para Copa do Mundo. Se em 2002, Luiz Felipe Scolari colocou para escanteio o então atacante Romário, além do craque Alex que hoje atua no Coritiba, em 2014, Felipão também não deixou barato. Desta vez, para este blog, o nome da Injustiça é Miranda, o zagueiro do Atlético de Madrid!

   Miranda é um sujeito quieto. Mesmo nas fases áureas de São Paulo Futebol Clube, o jogador do Atlético de Madrid dava poucas entrevistas. Mas para o dBico não foi a pouca verve que tirou Miranda da Copa do Mundo no Brasil. Foi a maneira de pensar do atual comandante da Amarelinha.

   Miranda nunca trabalhou com Felipão e isso conta para o treinador. Bem diferente de Henrique, que foi um de seus homens de confiança no Palmeiras, na última passagem de Luiz Felipe por lá.

   Revelado pelo Coritiba, Miranda até ganhou um título, o de Campeonato Paranaense em 2004. Mas foi no São Paulo que o zagueiro teve dose cavalar de projeção. Tricampeão Brasileiro em 2006, 2007 e 2008, Miranda foi Bola de Prata duas vezes, eleito melhor jogador do Brasileirão por quatro vezes e atualmente tem jogado um absurdo no Atlético de Madrid, que luta pelo caneco na Espanha e também na Copa dos Campeões da Europa.

  
   Tempo de bola, senso de cobertura, boa saída de jogo, Miranda teria credenciais de sobra para defender o Brasil na Copa do Mundo, mas Luiz Felipe Scolari pensa diferente. É bem verdade que Henrique, o convocado, também reúne todos esses pré-requisitos. Mas o momento precisa entrar em campo quando o assunto é seleção! E o momento de Miranda é incrivelmente melhor. Não há como ignorar!

   De toda forma, a lista está pronta, fechada e sacramentada. Agora, é observar e ver como Luiz Felipe Scolari vai montar o seu time titular e as opções para cada jogo da Seleção Brasileira. E o dBico fica aqui na torcida à espera de que mais uma vez Felipão tenha acertado em cheio nos seus 23 como em 2002! Boa sorte, Brasil!   

segunda-feira, 5 de maio de 2014

"Todos perguntam na Holanda sobre segurança na Copa do Mundo no Brasil"

   Eric Botteghin joga futebol, mas não no Brasil. Nascido em São Paulo (SP), esse zagueiro central de 26 anos, hoje, vigia de perto os atacantes que atuam na primeira divisão da Eredivisie, a Liga da Holanda. Mas Botteghin, que atualmente defende o clube holandês Groningen (7º colocado na temporada 2013/2014, o Ajax foi o campeão, e detentor de um título nacional em 1919/20), já teve chance de marcar de perto os craques brasileiros. Revelado pelo Grêmio Barueri, o zagueiro central chegou a atuar na equipe B do Sport Club Internacional durante um Campeonato Gaúcho. E foi justamente pelo Inter que Botteghin acabou na Holanda, porque numa excursão com o clube do Sul do País, o zagueiro central agradou tanto que por lá ficou, dando seu pontapé inicial no PEC Zwolle em 2006.

dBico - O sobrenome "Botteghin" tem alguma origem europeia ou seria de outra parte do mundo? Você tem dupla cidadania? Se a tem, já foi sondado por este país para integrar a seleção nacional do mesmo? E você toparia?
Botteghin - Botteghin é da minha família italiana que vem de Treviso (região de Vêneto na Itália). Já tenho dupla cidadania. Ainda não fui sondado, mas eu toparia sim, pois é um sonho jogar por uma seleção.

dBico - Você sofreu algum tipo de preconceito na Europa? Se sim, como foi? Como você agiu?
Botteghin - Nunca sofri preconceito por aqui.

dBico -  Por que a Holanda?
Botteghin - Quando ainda jogava no Inter, viemos disputar um campeonato sub-19 aqui na Holanda e fomos campeões. A partir daí, recebi o convite de vir jogar aqui na Holanda e foi uma porta aberta para jogar no primeiro time.


dBico - A Eredivisie não está no bloco das principais ligas europeias. Mas o futebol holandês sempre foi referência, principalmente, até o fim da década de 90. Por que a Eredivisie decaiu, fundamentalmente, a partir dos anos 2000?
Botteghin - Acho que pelo fato de ser um país pequeno. Com isso você vende menos camisas, recebe menos da TV, têm menos investidores e os clubes aqui não podem ficar devendo altos valores, pois isso resulta em punições e até fechamento do clube. Então os investimentos são menores, mas sempre certos, como por exemplo, aqui na Holanda, que nunca atrasa um salário. Só que por isso não conseguem disputar com outros clubes holandeses, mesmo formando sempre jogadores bons.

dBico - Qual é o seu objetivo em termos de carreira? Onde gostaria de jogar na Europa? Já houve alguma sondagem? Se sim, quem o sondou? Você deseja ficar por quanto tempo na Europa?
Botteghin - Meu objetivo é dar mais um passo, indo para um clube que dispute títulos. Gostaria de jogar na Inglaterra ou Itália. Ainda não tive nenhuma proposta concreta. Gosto muito de jogar aqui na Europa, mas não tenho um plano de quanto tempo, pois posso ficar até o final da minha carreira sem problema.

"...os clubes aqui não podem ficar devendo altos valores, pois isso resulta em punições e até fechamento do clube."

dBico - Têm planos para um dia defender um clube brasileiro importante nas competições disputadas no País e no continente? Você alguma vez já foi sondado nesse sentido? Se o foi, por quem? E por que não deu certo?
Botteghin - Tenho vontade sim em defender um time do Brasil. Mas pra sair daqui tem que ser um projeto bacana. Já fui sondado, mas não se concretizou.

dBico - Da seleção brasileira titular que venceu a Copa das Confederações em 2013, pelo menos quatro jogadores tiveram quase nenhum contato com as competições disputadas no Brasil, a saber: Daniel Alves, David Luiz, Luiz Gustavo e Hulk. A que se atribui esse fenômeno?
Botteghin - O Brasil é um país muito grande, com muitos jogadores bons, a disputa é enorme e poucos têm sucesso. Para alguns, o melhor meio é começar em outro lugar, onde vão ser mais valorizados. Acho que esse é o caso desses e outros jogadores.

dBico -  O que se fala da Copa do Mundo no Brasil na Holanda?
Botteghin - A questão maior aqui é sobre a segurança. Todos perguntam sobre isso. E eles têm acompanhado as notícias sobre os atrasos nos estádios e a revolta do povo. Mas sempre estão empolgados por tudo que o Brasil representa para o futebol e sabem da grande festa que irá ter durante a Copa do Mundo.

dBico - Na sua avaliação, quem são os favoritos a vencer a Copa do Mundo? Por quê?
Botteghin - O Brasil é o favorito pela força que mostrou como é jogar em casa na Copa das Confederações de 2013. A Alemanha vem muito forte, a sua base são as duas das melhores equipes do mundo, no caso o Bayern de Munique e o Borussia Dortmund. E também a atual campeã do mundo, a Espanha, que tem um grupo de trabalho muito forte.