segunda-feira, 30 de junho de 2014

Respeito: O nosso maior adversário!

   Ah, o futebol... Esse esporte que muitas vezes traduz à perfeição valores, costumes e crenças de uma sociedade. É ali sob forte emoção que acabamos por externar o que realmente pensamos, acreditamos sobre este ou aquele, sobre isto ou aquilo!

   Ah, o futebol... Sem ele, certamente um País como o nosso, continental como o nosso, teria registrado mais dificuldades em se ver como nação, principalmente nos anos de vacas magras, os anos 80! Inflação galopante, corrupção crescente, autoestima no subsolo... Ah, se não fosse o futebol, que de quatro em quatro anos nos renovou, nos ajudou a nos ver como cidadãos dessa "pátria amada, Brasil!".

   Esse mesmo esporte que nos joga na cara, como um chute certeiro em direção ao gol, a quantas anda a nossa noção de respeito para com o outro. Sim, respeito! Não, não estou falando de educação. Educação é uma outra história, um outro conto, um outro tanto...

   Respeito! Palavra simples, verbalizada por cada um de nós quase que diariamente, mas que some quando o assunto é o outro. 

   Foi assim na abertura da Copa do Mundo no Brasil, quando muitos, centenas, acharam-se no sacro direito de jogar para escanteio o respeito que toda instituição naturalmente demanda de seus cidadãos. Não há democracia, séria, sem respeito às instituições, como naturalmente demanda a Presidência da República enquanto instituição que é.

   Mas não parou por aí! A falta de respeito também voltou a entrar em campo no último fim de semana no Estádio do Mineirão. Quando novamente centenas se arvoraram no direito de vaiar o hino de uma outra nação! Uma atitude ruim, inacreditável e lamentável! 

   Sem demagogia barata, mas se o anfitrião não consegue receber bem, quem o fará? Xingar com palavras de baixíssimo calão quem ocupa a presidência da República, vaiar o hino de um adversário momentâneo demonstra claramente que falhamos como nação. 

   Erra quem confunde agir visceralmente com complexo de vira-lata. Erra quem confunde adversário com inimigo. Erra quem confunde futebol com espaço público onde tudo é permitido, sob o fraco argumento da emoção! Erra e por conseguinte erramos todos!

   A Copa do Mundo no Brasil tem sido um sucesso, êxito mesmo. A infra-estrutura tão temida antes tem funcionado bem. Os estádios andam cheios. A festa nas metrópoles verde-amarelas, com um excesso ali e outro lá, tem nos ajudado a aumentar a simpatia mundial em direção ao nosso País!

  Definitivamente, não precisamos insultar ninguém, ofender ninguém e tampouco desrespeitar ninguém. Não precisamos faltar com respeito para vencer um jogo de futebol, uma competição ou ainda para mudarmos os rumos políticos do nosso País, se é isso que a maioria vier a desejar em outubro próximo.

  Quem faz disso um incentivo, um meio para conseguir o que deseja, sinaliza desgraçadamente mal. Demonstra ser conhecedor de um caminho ruim, escuro, com pouca ventilação e iluminação. 

   Quem faz disso um meio, uma bandeira, um sopro, despreza e menospreza o diálogo, o bom debate, a boa discussão! Quem faz disso um jeito não merece deste blog nenhum cortejo, nenhum amparo. Merece somente a desconfiança e a torcida para que enxergue que uma vez no túnel só há saída se luz existir em seu fim, caso contrário estará "preso" por um jogo, uma competição ou até uma vida!

sexta-feira, 27 de junho de 2014

O Caminho do Tri?

   Sujeitos de sorte esses "hermanos", não? Como se já não bastasse ter o melhor jogador do mundo, o tal de Lionel Messi, à sua disposição, "nuestros" vizinhos ainda tem um caminho fácil, fácil até as semifinais. Sim, porque convenhamos em semifinal não tem jogo fácil! 

   Então, analisemos até lá e dali em diante quem passar, passou por méritos ou por algum erro infeliz da turma que vestia uniforme preto em uma época que se amarrava cachorro com linguiça. 

   Com todo respeito que a Suíça possa despertar, pegá-los nas oitavas-de-final pode até incomodar, mas assustar... Bom, assustar passa longe, não é mesmo? 

   Tudo bem, tudo bem, vão falar do Shaqiri, do Bayern de Munique, que joga muita bola, é verdade. Mas está difícil imaginar que essa Argentina irá ser eliminada pela Suíça! Mesmo não jogando ainda lá essas coisas no Mundial!

   Como acreditamos que "desastre" nesta fase do Mundial está para Argentina mais ou menos como "terceiro goleiro" está para uma seleção, ou seja, foi convocado, mas jogar que é bom só... Pois, é! Só em um desastre mesmo! 
"... o caminho do hexa é uma boa estrada esburacada, cheia de "costela de vaca" e de quase nenhum asfalto..."
   Então, tudo indica que a Argentina vai passar pela Suíça e tranquilamente se defrontar nas quartas-de-final com os belgas, que até agora de sensação, nada! Ganharam as três? Ganharam! Mas jogar bola mesmo, até agora não vi! Alguém aí viu?

   A empanada pode engasgar mesmo é nas semifinais. Nesta fase, a conversa será outra. E tudo indica que teremos um velho bate-papo. De um lado os holandeses e no canto oposto os argentinos. Repeteco da final do Mundial de 1978! Mas com leve favoritismo portenho...

   Sim, se a Holanda tem o fantástico Robben, não precisamos gastar o verbo e falar sobre Messi, DiMaria, Lavezzi, Agüero e por aí vamos...

   Mas e o Brasil, hein? O Brasil vai penar! Vai penar, porque no nosso meio do caminho tem algumas pedras, algumas pedras no nosso meio do caminho. Obrigado, Carlos Drummond de Andrade! 

  Pois, é! Se o Chile já incomoda, imagina o fantasminha camarada uruguaio? Ou essa fantástica seleção da Colômbia? Como estão jogando bola os colombianos, não é mesmo? Dá gosto de ver! 

   Tudo bem, a gente passa, suando, mas passa... E aí, nas semifinais, minha mãe do Céu, lá vem... Lá vem os teutos! Ah, não está satisfeito? Acha mole? Então, tá! Saem os teutos e entram os gauleses! Está bom agora?

   É por essas e por outras que o caminho do hexa é uma boa estrada esburacada, cheia de "costela de vaca" e de quase nenhum asfalto... Já o caminho do Tri deles... Bom, melhor não falar mais nada, não é?!? Só vamos desejar que a bola role e que o apito não atrapalhe!

terça-feira, 24 de junho de 2014

Chi-chi-chi-le-le-le...?

   Brasil e Chile, Chile e Brasil... Sábado, no Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG), as duas seleções sul-americanas terão oportunidade de medir forças e saber afinal quem seguirá vivo no Mundial de 2014. Mas por que o Chile preocupa tanto a comissão técnica da Seleção Brasileira?

   Luiz Felipe Scolari já disse que os chilenos poderiam complicar o Brasil há um bom tempo e na coletiva de imprensa após o jogo diante de Camarões manifestou a mesma preocupação. Mas por quê? 

   Uma das razões para este blog tentar esboçar qualquer explicação, começa justamente no banco de reservas. Jorge Sampaoli, o treinador argentino do Chile, é um desses técnicos que merece todo respeito. 

   Sampaoli ousou há dois anos com a Universidad de Chile, a La U, e arrancou aplausos de quem gosta de futebol... Troca de passes, grande presença de jogadores na proximidade da grande área adversária, aceleração no contra-ataque... Tudo isso Sampaoli fez no comando da La U, tanto que topou o desafio de treinar o Chile!
"... não há canto da sereia em relação ao Chile e tampouco há supervalorização do simpático país andino. O que há é reconhecimento."
   Mas a história não se resume ao banco de reservas. O Chile é perigoso porque, além de imprimir o mesmo estilo de jogo da La U, tem excelente qualidade no setor de criação. Aránguiz, que ainda dará muitas alegrias aos Colorados, faz uma excepcional parceria com Vidal, da Juventus da Itália.

   Vidal inicia com esmero o jogo dos chilenos a partir do campo de defesa. Mena, do Santos, apóia com consistência pelo lado esquerdo. Sem contar as boas atuações do novo goleiro do Barcelona, Bravo, que até outro dia defendia o também espanhol Real Sociedad.

   No ataque? Aí, o desconforto só aumenta. Alexis Sánchez, do Barcelona, e Vargas, do Valência, incomodam bastante as defesas adversárias. 

   No entanto, não há canto da sereia em relação ao Chile e tampouco há supervalorização do simpático país andino. O que há é reconhecimento. O Chile, de fato, tem um estilo de jogo que poderá atrapalhar o Brasil.

   A Seleção de Felipão não marca bem pelas laterais. Mena e Vargas que caem pelo setor de Daniel Alves vão causar problemas. Do outro lado, há Vidal e Sánchez. No meio, jogando perto de Luiz Gustavo poderá pintar Silva, do Osasuna, ou Valdívia, do Palmeiras. Ainda há alguma chance de Beausejour, do Wigan. 

   Portanto, é preciso reconhecer o quão complicado será o próximo adversário do Brasil, apesar do retrospecto mandar dizer que sim, o Brasil é favorito de longe e de perto. Não há dúvida! 

   Mas é claro que retrospecto não ganha jogo. Portanto, precisamos evoluir na cobertura pelos lados do campo e na distribuição de jogo pelo meio... Mas isso o fim da partida diante de Camarões poderá ajudar Luiz Felipe, não é mesmo Felipão?

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Manifesto de Copa

  A Copa do Mundo no Brasil é um enigma da esfinge. Se por um lado reunia um sem número de predicados para dar tudo muito errado, por outro também trazia na bagagem alguma esperança de que tudo na última hora fosse funcionar... E não é que até o momento está tudo funcionando muito bem!!!

  Esqueçamos por um segundo as teses a respeito de nosso complexo de vira-lata e tentemos separar o joio do trigo. Em outras palavras, levemos em consideração que sim tudo foi feito na última hora, que sim pouco ou quase nada em termos de legado ficará para as 12 cidades-sede envolvidas, que sim a população tem o sacro direito de torcer o nariz e se perguntar "por que cargas d'água não arrumaram dinheiro antes para melhorar as condições de vida da gente?"... Que Sim, sim, sim...

  Mas também tenhamos a leveza de nos desvencilhar de pré-conceitos e mirarmos o que está acontecendo Brasil afora. A Copa do Mundo de 2014 já é um sucesso! É um sucesso dentro dos estádios, onde vemos quase todos lotados. É um sucesso no cotidiano das 12 cidades-sede, onde claramente percebemos o envolvimento dos estrangeiros que aqui estão com os brasileiros. Há receptividade, há troca, mas principalmente há conexão sacramentada por aquilo que nos une desde sempre como Brasil: o futebol!
"Quando o futebol ganha as ruas, o esporte encontra a sua verdadeira essência."
  Se dentro de campo, observamos um jogo bonito toda a vida. Fora dele, o que vemos é o entrelaçamento de quem mora no Brasil para com quem vem ao País. É natural, tranquilo e sereno! Não há nada forçado! 

  Incidentes? Acidentes? Acontecem aqui, no Japão ou na África do Sul! São inerentes aos eventos em que há aglomeração gigantesca de pessoas! 

  Mas o que faz de nossa Copa algo diferente é também a comparação com o Mundial imediatamente anterior. A saber, a Copa do Mundo na África do Sul. 

  A África do Sul tem graves problemas sociais como o Brasil. A África do Sul tem altos índices de violência como o Brasil. Mas na África do Sul há determinadas nuances que não vemos por aqui. E naturalmente foram essas nuances que determinaram que o Mundial de 2010 ficasse muito mais restrito a hotéis, Resorts, festas fechadas do que efetivamente ganhasse as ruas, como assistimos no Brasil neste ano!

  Parece bobo, simples até! Mas não é! Quando o futebol ganha as ruas, o esporte encontra a sua verdadeira essência. A bola é do povo! Lutar contra é bobagem. É pura perda de tempo! 

  Portanto, paremos de torcer o nariz, deixemos de lado a má vontade e curtamos o jogo. O jogo em si! Em outubro próximo, teremos a chance de entrarmos em campo e fazermos valer nossa vontade, seja ela qual for. Simples assim! Por ora, deixemos o mau humor no banco de reservas!

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Felipão e a escolha de Sofia

   O Brasil é o dono da casa, mas nem de longe se mostra como ator principal da Copa do Mundo de 2014. Por ora, quem chamou mesmo a atenção foi a Alemanha e a Holanda. Mas deixemos de lado holandeses e alemães neste momento, falemos da seleção verde-amarela.

   O Brasil de Luiz Felipe Scolari procura jogar no esquema da moda, o famoso 4-2-3-1. É uma boa variação dos tempos de 4-4-2 ou do 4-3-3... Mas o que esses números em conjunto provocam na prática? 

   No time de Felipão e levando o atual esquema em consideração, seria interessante que os laterais defendessem mais, o que naturalmente não acontece quando se trata de analisarmos Daniel Alves e Marcelo. São jogadores, por excelência, ofensivos. 

   Daniel Alves ainda tem o bom recurso técnico de muitas vezes surgir em diagonal, o que naturalmente abre um espaço bem interessante às costas! Para ter esse recurso técnico, é preciso de uma ótima cobertura. Marcelo já não... Avança tanto quanto Daniel, mas sempre em vertical, o que naturalmente demandaria recomposição de alguém. Mas de quem?
"... desde os tempos de Grêmio sempre gostou de atacantes altos, bons no cabeceio e que incomodavam os zagueiros."
   Os dois homens de meio-campo, Luiz Gustavo e Paulinho, não andam falando a mesma língua faz tempo já. Luiz Gustavo tem apresentado um futebol consistente em termos de marcação, mas está só, porque Paulinho nem de longe lembra os tempos de Corinthians. Paulinho, que sempre se destacou por sua qualidade em se postar à frente da grande área adversária e por ter um arremate excelente, não produz nada disso em campo!

   Felipão terá muito trabalho para levar o Brasil ao hexacampeonato no Mundial de 2014. Mas se quiser ter alguma chance real de conquistar o título precisará fazer alguma concessão no seu jeitão de pensar. 

   Felipão não terá saída a não ser inexoravelmente mexer nas laterais e no meio de campo do Brasil. Maicon, por ser melhor na recomposição e por quase nunca fazer a tal da diagonal de Daniel Alves, serviria melhor ao técnico brasileiro, já que sua cobertura às laterais é falha. Fernandinho, que tem bom passe, melhoraria a saída de bola do Brasil se entrasse no lugar de Paulinho. E Willian poderia até beliscar a vaga de Fred, o que obrigatoriamente empurraria Neymar Jr. para mais perto da grande área.

   Seriam três mudanças que certamente fortaleceriam o Brasil para o restante do Mundial., acredita este blog. Resta saber se Luiz Felipe Scolari estará disposto a alterar o seu esquema tático, uma vez que abriria mão de um homem de referência como Fred e passaria a ter nos pés de seus meias a responsabilidade por marcar gols.

"Daniel Alves ainda tem o bom recurso técnico de muitas vezes surgir em diagonal, o que naturalmente abre um espaço bem interessante às costas!"

   Parece fácil, não é? Mas é uma escolha e tanto para Felipão... Uma escolha profunda, grande e que certamente vai de encontro ao que naturalmente pensa o atual treinador do Brasil, que desde os tempos de Grêmio sempre gostou de atacantes altos, bons no cabeceio e que incomodavam os zagueiros. 

   Felipão está diante de uma escolha daquelas... A sua escolha de Sofia! 

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Alemanha x Argentina!

   A primeira rodada da Copa do Mundo no Brasil está quase no fim e já fica claro que existe uma evidente divisão entre "Times" e "Elencos". Time é aquele grupo de jogadores semelhantes no que diz respeito à qualidade técnica, muitas vezes em pouca quantidade, mas que tem um astro na ponta da chuteira quando o jogo fica duro. E elenco é àquela turma também homogênea do ponto de vista de qualidade, mas em maior número e que também muitas vezes não tem um jogador que possa ser batizado assim de maneira incontestável como craque! 

   Então, na ponta de cá, dos Times, quem puxa a fila é a Argentina, mas seguido de perto por Brasil, Itália e Bélgica... Chile, Croácia, Colômbia, Costa do Marfim, Suíça, Portugal e Bósnia também fazem parte da turma dos Times... Na ponta de lá, das equipes, quem logo se destaca é a Alemanha, seguida por Espanha, França e Holanda.

   Dessas 15 seleções, já há um grupo que mostra claramente que o caneco é seu objetivo. A saber: Alemanha, Argentina, Brasil, França, Holanda e ainda evidentemente a Espanha. Dessas, o "Elenco" aparece muito bem representado pela Alemanha, depois pela Holanda e surpreendentemente pela França. Já entre os "Times", quem surge, claro, é a Argentina, seguida logo atrás do Brasil!

   Mas o que aconteceria se afunilarmos ainda mais essa análise? Para o dBico, quando se espreme aparece categoricamente a Alemanha e no canto oposto a Argentina. Não há como negar o nível alemão no que diz respeito à qualidade técnica, que é alta, altíssima! Mas o que chama a atenção é a quantidade de grandes jogadores à disposição de Joachim Löw, o técnico. 

   Na incontestável goleada frente os portugueses, um sonoro quatro a zero, Löw não lançou mão de Bastian Schweinsteiger e nada aconteceu com seu meio de campo. Também não precisou usar Miroslav Klose no ataque e nem por isso seu poderio ofensivo foi afetado. Perdeu o candidato a excelente jogador no futuro, Reus, em um amistoso e suas criações pelos lados continuaram intocáveis. 

   A Alemanha, que talvez seja uma das poucas nações que goste de usar a palavra planejamento à exaustão, chega à Copa do Mundo no Brasil madura, uma vez que a rodagem necessária a boa parte desse elenco foi feita no Mundial anterior, o da África do Sul. Neuer, Boateng, Schweinsteiger, Khedira, Özil e Müller desembarcam experientes e prontos para dar consistência à espinha dorsal germânica, que ainda recebe a companhia do veterano Klose e a jovialidade de Götze. Em outras palavras, está pronta para conquistar seu quarto título mundial!

   Então, o que poderia atrapalhar a vitória teuta em solo verde-amarelo? Uma rápida passada d'olhos e com uma boa dose de previsão, pode-se facilmente imaginar que a Alemanha passaria em primeiro e assim avançaria até as quartas-de-final onde enfrentaria a promissora seleção da França. Um confronto difícil, sem dúvida! 
"Mas uma eventual final entre Alemanha e Argentina, como vimos em 1986 e 1990, a tendência é que a eficiência germânica de 90 se repita e não a genialidade argentina de 86."
   Mas o pior ainda estará por vir... Sempre no campo das probabilidades, o time de Löw reúne boas condições de pegar pela proa os donos da casa, o Brasil, em uma das semifinais. E é aí que a sorte literalmente poderá entrar em campo. Jogar contra o time da casa nunca é moleza. É pressão, é torcida, é tudo sempre diferente... Tão complexo que às vezes até um grande árbitro pode se complicar em um lance bobo, como já vimos nesse Mundial e em outros tantos!

   No entanto, caso a Alemanha consiga vencer o Brasil, não será a genialidade de Lionel Messi que irá pará-la. Sim, porque há enormes chances de a Argentina estar no Estádio do Maracanã na finalíssima. A Argentina tem um grande poderio ofensivo, não resta qualquer dúvida, mas seu lado esquerdo apresenta falhas e seu miolo de zaga não é dos mais confiáveis. 

   É óbvio que é projeção! Evidente! Mas uma eventual final entre Alemanha e Argentina, como vimos em 1986 e 1990, a tendência é que a eficiência germânica de 90 se repita e não a genialidade argentina de 86. Para a genialidade entrar em campo em 2014, necessitaria de uma pane seca teuta, o que para este blog é muito difícil! 

   Mas em todo caso é só o começo do Mundial no Brasil. Por isso, quem no momento comanda o espetáculo é só a Probabilidade mesmo e nada mais! A ver...

sexta-feira, 13 de junho de 2014

A Ética Seletiva

   Estão aí duas palavras que jamais podem jogar juntas, "Ética" e "Seletiva"! Não são companheiras de time e tampouco têm afinidade. "Ética" e "Seletiva", na verdade, foram, são e sempre serão adversários de primeira hora, mas ontem infelizmente resolveram entrar em campo vestindo o mesmo uniforme!

   Se há algo saudável em uma democracia é a prática diária e respeitosa do verbo "Discordar". Quando acompanhado de respeito, de tolerância e de compreensão em busca de pontos comuns, "Discordar" e "Democracia" são capazes até de casar... Mas quando a intolerância e a falta de respeito passam a formar um trio de ataque com o verbo em questão, infelizmente são capazes de produzir cenas como as registradas na abertura da Copa do Mundo no Brasil.

   Discordar das atitudes da atual presidente da República, Dilma Rousseff, só ajuda a democracia verde-amarela, porque instiga o debate e o aprimoramento de ideias. Agora, xingar se desvencilhando de sentimentos que retratam a civilidade de um ser humano que advoga em direção à vida em sociedade só podem resultar nas cenas que assistimos no primeiro jogo do Mundial e que naturalmente merecem deste espaço a Repulsa como camisa 10!
"Já xingar é questão de gosto!
   Tanto faz se neste exato momento a presidente Dilma faz ou não um bom governo, uma vez que para externamos isso, teremos as eleições já marcadas para 05 de Outubro de 2014. Agora, o que não dá para dar de ombros é a falta de respeito em direção à presidente, que antes de sê-la, é uma senhora, mãe e avó! Impossível deixar em branco e achar que tudo está bem quando se diz a uma mulher, presidente ou não, um uníssono grito de "vai tomar no c..."! Isso, não pode ser desejo de quem pretensamente objetiva viver em sociedade e tampouco não é comportamento para quem defende a vida em democracia!

   O curioso de toda essa história é que a mesma indignação lançada em direção à presidente, que para este blog foi completamente descabida, sequer foi lançada minimamente em direção ao árbitro de Brasil e Croácia, que fragorosamente prejudicou os croatas em duas oportunidades, para o dBico! A saber, no pênalti convertido por Neymar Jr. e no lance "caça-borboletas" do goleiro Júlio César. No futebol inglês, por exemplo, o jogo seguiria e o gol croata sairia... E antes que alguém possa tirar conclusão antecipada, o dBico também não aplaudiria o xingamento em direção ao árbitro!  

   Portanto, a ética no jogo de abertura do Mundial de 2014 foi seletiva. Seletiva demais! Seletiva, porque o rigor da indignação passou longe quando o lance nos favorecia e deu de ombros à educação no que diz respeito à liturgia de um cargo como esse, o de presidente da República! Vaiar? Sim, a democracia nos reserva o sacro direito de fazê-lo, assim como um jogo de futebol nos dá esse direito também. Já xingar é questão de gosto! 

   Protestamos muito, cobramos bastante, queremos o melhor, todos movimentos saudáveis, mas não podemos deixar de lado todo significado da palavra "deveres". Ser educado não é pré-requisito de qualidade, é obrigação! Uma obrigação dada, condição natural em qualquer democracia que preze o respeito, o debate, a troca de ideias e o aprimoramento em direção à tolerância. E no jogo Brasil e Croácia, todos perdemos um pouco... No referido caso, não houve e duvido que venha a existir juiz que tivesse dado jeito! Sinceramente, poderíamos ter ficado sem essa...

terça-feira, 10 de junho de 2014

Minha primeira Copa!

   Ah, a minha primeira Copa do Mundo! Que saudades eu tenho de você! Era um tempo só nosso... Era um tempo que me debruçava a colar cada figurinha, depois de mascar cada chiclete Ping Pong, em um álbum meio azulado, se cá minha memória não me trai. 

   Minha Copa... Mas que saudades eu tenho de você! De você e daquela "maldita" figurinha do goleiro Arconada... Quantos chicletes masquei, quantas broncas levei até encontrar a figurinha do Arconada.


As figurinhas do álbum Ping Pong da Copa do Mundo de 1982
   Tenho saudades, minha Copa, da minha camisa amarela, com golas verdes, logotipo da Taça Jules Rimet ornando com a floriznha de café. Ah, que saudades do meu par de Kichute, que amarrava até quase os joelhos por cima do meião branco... E dos nomes dos craques então? Que saudades quando imitava o gesto de um Zico ao marcar um gol ou quando vibrava como os goleiros belga Pfaff e o italiano Dino Zoff... 

   Ah, Copa de 1982, você passou tão rápido, tão depressa que nem pude aproveitar direito! Mas as memórias, felizmente, permanecem vivas. Algumas não tão agradáveis, desagradáveis mesmo, como aquele Paolo Rossi, que resolveu jogar bola justamente no jogo contra o Brasil... Três de Rossi... Três!! 

   Mas olha Copa de 82, olhar de novo você, assim de frente, é entrar em um verdadeiro túnel do tempo. É lembrar de meu pai, com cabelos preeeeeetos, dando auxílio na hora de colar àquelas benditas figurinhas... Revê-la, 82, é rememorar minha família e um tal de "Futuro", que todo dia me visitava sempre com um largo sorriso!

   Ah, minha Copa! Eram tempos diferentes aqueles de 82. Tempos sem pompa, sem glamour, sem os milhões de dólares que correm nas veias do marketing esportivo. Era uma época que se pedia à mãe, e como pedi, para costurar o número às costas da camisa verde-amarela. Era uma época sem "dry fit" ou qualquer outra engenhoca que prometesse enxugar o duro suor dos jogos nas ruas da cercania de casa. Era uma época da camisa de algodão... Era uma época doce, muito doce!

   Voltar a 1982 é lembrar do toque de bola da seleção Canarinho... É puxar na memória os dribles de Zico, é lembrar do calcanhar do Doutor Sócrates ou das defesas do Waldir Peres. Olhar para você, Copa, é entender de novo, aprender de novo, compreender de novo os porquês que me levaram a virar torcedor de futebol. Sim, porque primeiro se torce pelo esporte, depois se escolhe um clube.


   Hoje, às portas do Mundial no Brasil, fico a pensar como será que o garoto perto de casa, o filho do meu irmão, o moleque que está ali defronte à televisão vai reagir? Como? Será que vão se lembrar do álbum de figurinhas? Será que vão carregar para sempre os futuros dribles de Neymar, de Messi? Será que vão lembrar dos possíveis futuros gols de Cristiano Ronaldo? O que será que essa molecadinha vai memorizar do Mundial no Brasil?

   Eu, talvez pouco carregue, talvez pouco memorize, talvez guarde apenas as coisas chatas que circunscrevem a vida dos adultos, manifestações, greves, reivindicações... Mas eu prometo, Copa de 2014, que eu vou me esforçar... Ah, vou!! 

   Vou me esforçar para lembrar pelo menos de um gol decisivo, de uma vitória heroica e de um sorriso, de um sorriso sincero... Que espero, seja o meu! Um sorriso igualzinho aquele que soltei quando acabei de mascar um Ping Pong e nele trazia aquela fotinho do Arconada! Pode deixar, 2014, eu vou me esforçar!!

quinta-feira, 5 de junho de 2014

"Ataques de Negação de Serviço podem até atrapalhar a transmissão em vídeo dos jogos pela Internet"

   É uma tabelinha entre craques, Internet e Segurança. Até porque é bom que um não viva sem o outro. Separá-los significa quase sempre problemas à frente. E não são complicações em médio prazo não. É coisa de fração de segundo, a mesma que um atacante leva para definir como colocar a bola dentro do gol. E já que o Brasil está às portas de receber a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, o dBico bateu um papo com Andre Carraretto, Estrategista em Segurança Digital da Symantec, multinacional norte-americana de software, para saber a quantas anda a segurança digital no País. Fundada em 1982, a companhia que tem sede na Califórnia, nos Estados Unidos, é focada em soluções de segurança, armazenamento e gerenciamento de sistemas. Está presente em mais de 50 países, faturou US$ 6,9 bilhões no ano fiscal de 2013, que terminou em março do ano passado, e emprega mais de 21,5 mil pessoas mundo afora.
 
dBico - A Copa do Mundo no Brasil está batendo à porta, além dos Jogos Olímpicos em 2016, sendo assim, qual é a avaliação que a Symantec faz sobre os serviços de acesso à internet no Brasil? Há risco de um colapso durante a Copa do Mundo no Brasil? Por quê?
Andre Carraretto - A Symantec não se posiciona em relação a este tema (serviços de internet no Brasil). A companhia vê um provável crescimento de riscos relacionados à Segurança da Informação, uma vez que a rede mundial poderá ser usada como palco para manifestações contrárias ao evento e/ou ao Governo, com um potencial elevado de ataques coordenados de negação de serviços (DDoS – Distributed Denial of Service) e Defacement (pichação) a sites governamentais, a instituições privadas e não-governamentais relacionados ao evento, por exemplo, patrocinadores, comitês locais...

dBico - Como a Symantec avalia as condições de segurança da rede mundial de computadores no Brasil, levando em conta que o País está perto de receber esses megaeventos? O Brasil está vulnerável? Está atrás, por exemplo, da África do Sul, palco da última Copa do Mundo? Se sim, em que sentido? 
Carraretto - Não é possível encarar a segurança da rede de uma forma única, uma vez que cada entidade (pública ou privada) é responsável pela Segurança dos seus ativos. Assim, as entidades menos preparadas poderão sofrer ataques diversos, com motivações diversas, e que poderão causar danos à sua imagem, de acordo com o sucesso de cada empreitada. É importante que empresas e órgãos de governo estejam vigilantes para rapidamente poderem identificar esses ataques e reagir de forma adequada, principalmente no cenário de ameaças que vivemos hoje. Segundo o Relatório sobre ameaças à segurança na Internet, Volume 19 (ISTR) da Symantecmais de 550 milhões de identidades (no mundo) foram expostas no ano passado (2013). Além disso, mais de 500 mil ataques online por dia são baseados na Web, crescimento de 23% em relação ao ano anterior (2012).

Número de violações cresceu 62% em 2013, diz Symantec 
dBico - Aumentou o número de fraudes na internet no Brasil, porque o País vai receber o Mundial neste ano?
Carraretto - Temos visto um aumento de mensagens-isca (phishing) com temas relacionados à Copa do Mundo. Em geral, essas mensagens trazem temas atrativos ao usuário-alvo, por exemplo, ingressos grátis, promoções inexistentes associadas ao evento e informações inéditas sobre o tema. O objetivo do fraudador é conseguir instalar um código malicioso (vírus) no computador da vítima para ter acesso às informações pessoais (documentos, fotos, credencial de acesso ao banco, cartões de crédito). Existem também situações onde a vítima é convencida a pagar (mais barato) por um ingresso para um jogo importante e nunca recebê-lo.

dBico - Qual é o principal temor, no geral, em termos de segurança digital durante os grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo? E no Brasil?
Carraretto - Para a Segurança Digital, os principais temores são os ataques citados na primeira resposta (negação de serviços (DDoS – Distributed Denial of Service) e Defacement (pichação)). Os ataques de Negação de Serviço, se bem coordenados, podem até atrapalhar a transmissão (vídeo) dos jogos se feita pela Internet, o que causaria um grande prejuízo para os telespectadores em outros países, bem como às empresas relacionadas a esses serviços.

dBico - Quanto a Symantec está investindo em segurança digital no Brasil para esses grandes eventos esportivos, especialmente a Copa do Mundo? É maior que o montante gasto no Mundial da África do Sul em 2010? Por quê? Em quais soluções o recurso está sendo investido? Cite exemplos, por favor.
Carraretto - Por política interna, a Symantec não compartilha este tipo de informação.

dBico - Há uma clara dificuldade na implantação do serviço 4G no Brasil, em especial nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo deste ano. Do ponto de vista de segurança digital, faz diferença se a tecnologia for 3G ou 4G? O 4G seria mais seguro? E em relação ao sinal de internet recebido por cabo?
Carraretto - Pela ótica do usuário final, independente da forma de conexão (3G, 4G, Cabo, etc), ele está conectado à Internet. Sem a proteção adequada, este usuário poderá ser atacado/infectado e ter a sua privacidade violada e suas informações comprometidas.

dBico - O que um usuário de internet no Brasil, seja ele estrangeiro ou brasileiro, deve fazer em termos de segurança digital durante a Copa do Mundo?
Carraretto - A Symantec oferece as seguintes dicas de comportamento seguro em tempos de grandes eventos esportivos:
  • Tenha precaução no que publica na Web: O brasileiro é um povo altamente sociável, principalmente nas redes sociais. Portanto, cuidado com as informações que for compartilhar nestas redes;
  • Acesse apenas conteúdos de fontes confiáveis: Ao clicar em qualquer link, certifique-se de que é confiável, pesquise na internet os comentários sobre determinado portal;
  • Fique atento: Desconfie de promoções boas demais para ser verdade ou em informações inéditas de fontes desconhecida;
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  • Tenha um comportamento seguro: Escolha uma senha forte e mantenha seus aparelhos – inclusive smartphones e tablets – atualizados com o software de segurança mais recente. Além disso, mantenha sempre o backup de suas informações na nuvem e atualizado. 
"... mais de 550 milhões de identidades (no mundo) foram expostas no ano passado (2013)."
dBico - A Symantec pretende mudar sua rotina de funcionamento na Copa do Mundo, ou seja, estabelecer plantões, aumentar pessoal, lançar novos produtos, novos certificados digitais? Se sim, detalhe, por favor.
Carraretto - A Symantec irá manter a vigilância quanto à identificação e resposta a novos tipos e formas de ataques relacionados ao tema.

dBico -  A Symantec arrisca um palpite para o vencedor do Mundial no Brasil?
Carraretto - A Symantec é uma empresa global e presente em mais de 50 países. Dessa forma, a companhia torce pelo evento e para todos os times. 

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Por uma Portuguesa Real: Real Portuguesa!

   É uma velha nova polêmica! Mas é dessas que vale o debate, a troca de ideias, a discussão, ainda que alguns torçam o nariz. 

Documento pede o acréscimo de nome à Portuguesa
   Vamos aos fatos. O sítio da Associação Portuguesa de Desportos pede ao torcedor ou simpatizante que sugira um nome para acrescer ao já existente, com base na reunião do Conselho Deliberativo do clube realizada no longínquo 25 de agosto de 1993. Como frisa o documento disponível no sítio da agremiação, não é um novo nome, é acréscimo.

   Semântica à parte - mesmo entendendo que o simples ato de acrescer algo à alguma coisa já torna essa coisa diferente, portanto, modificada -, este blog não vai perder linhas preciosas para discutir a sintaxe de nossa bela língua portuguesa. Até porque o que está em jogo é a identidade de um clube tradicional, que um dia já foi grande, e que dá a entender até ao seu mais fanático torcedor que não tem pernas para ficar de pé por muito tempo.

   Torcedores e imprensa discutem a mudança de nome da Portuguesa há pelo menos meio século. Sim... Desde os tempos do jornalista Raul Tabajara, fervoroso defensor da mudança. E de lá para cá, ao sabor das campanhas, o assunto surge, ressurge e sucumbe... Mas desta vez é diferente!

   A Portuguesa não é mais a mesma desde 1998. É neste ano que começa um brusco endividamento do clube, que tem como ponto alto mais tarde a saída do atacante Ricardo Oliveira para o Santos, sem que a Lusa recebesse um só tostão, e a queda pela primeira vez dentro de campo para a série B. Ambos fatos em 2002! 

   É nesse intervalo de quatro anos que a Portuguesa se desarticula financeiramente, perde o ônibus do marketing esportivo e sofre uma sangria de receitas que poucas vezes se viu no futebol mundial. 
"Este blog apóia a tentativa e torce para que Real Portuguesa seja o indicado por torcedores e simpatizantes."
   A desarticulação da Portuguesa é tão grande, que a sua categoria de base, que já foi referência, não disponibiliza um jogador para Seleção Brasileira desde o atacante Diogo, que atualmente está no Palmeiras, e o lateral-esquerdo Leonardo, companheiros de Lusa mais ou menos a partir de 2006. Antes deles, só Rodrigo Fabri e o zagueiro César na década de 90... E isso para um clube que cedeu jogadores nas três primeiras conquistas de Copa do Mundo do Brasil (58, 62 e 70), sem contar que de uma vez só na década de 50 a Lusa mandou sete jogadores para a Seleção Brasileira.

   Mas o calvário rubro-verde não termina aí. A Portuguesa não disputa uma final de Campeonato Paulista desde 1985 e não vive uma época de ouro no cenário brasileiro desde 1996, 97 e 98, respectivamente, vice-campeã brasileira, semifinal no estilo quadrangular e semifinalista contra o Cruzeiro.
 
   O erro da Portuguesa não é de cálculo. É de projeto. Esqueçamos por um minuto os erros de arbitragem, essa história mal explicada que levou a Lusa à Série B em 2014 e nos perguntemos:
  1. Por que um clube que já teve mais de 100 mil sócios pagantes na década de 90 não percebeu que os novos condomínios viraram verdadeiros clubes? 
  2. Como um clube que tem no seu DNA revelar jogadores não se ateve aos mandamentos da nova lei, a Lei Pelé? 
  3. Por que uma equipe repleta de cicatrizes no que diz respeito à arbitragem e tribunais não checou e checou de novo o resultado dos julgamentos no Superior Tribunal de Justiça Desportiva?
   O buraco rubro-verde é profundo, complexo e até melancólico. Mas nisso tudo tem um detalhe... Aos olhos de quem lida com números e marketing, a Lusa é viável. Está endividada, mas é viável.


   A dívida da Portuguesa, estima-se, beira os R$ 100 milhões e é claro que ela tem dificuldades para gerar um terço desse valor como receita anual. Claro que tem! Mas há ativos, para usar uma linguagem moderna do mundo das finanças, que nenhuma corporação deixaria de lado. A saber:
  • Sua área na zona norte de São Paulo é gigante;
  • Está à beira da principal via metropolitana de escoamento de produção da América Latina, a Marginal Tietê;
  • Não está nem a dois quilômetros de uma estação de metrô que leva seu nome, inclusive;
  • A distância entre seu estádio, erguido na década de 70, e o Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) não chega nem a 10 quilômetros;
  • A Portuguesa, se fosse uma marca de multinacional, seu proprietário estaria rindo de orelha a orelha, uma vez que seu índice de rejeição praticamente não existe. É claro que esse índice subiria à medida que ela voltasse a ser respeitada em campo, mas até lá dá tempo de compor um fado e afinar a guitarra;
  • Com menor pressão, dá para apostar nas categorias de base e logo formar patrimônio que a possibilite sair do atoleiro.
   Para este blog, o que a Portuguesa precisa é de gestão. É de ideia e ideal. O que a Portuguesa precisa é aproveitar seu estádio, reformulá-lo e colocar um pé no século XXI do marketing esportivo, negociando camarotes, monetizando sua área para, por exemplo, estacionamento, restaurantes, serviços todos os dias da semana. 

   O que a Portuguesa precisa é respeitar a sua história, que só voltará a ter respeito se ela tiver receita, porque o que a Portuguesa precisa é de ídolos, é de jogadores que façam com que o garoto se anime a olhar nem que seja de soslaio a camisa rubro-verde. O que a Portuguesa precisa é cair na Real. 

   Entender que é urgente se abrir e não segregar. O nome Portuguesa é belo, mas é restritivo. O nome Portuguesa é histórico, mas não tem gentílico, porque já é o próprio gentílico. O nome Portuguesa precisa de um adjetivo, que combinado a ídolos, rejuvenesça o clube e faça com que todos esse fatores positivos remem numa só direção: a reconstrução! 

   É fácil? Não, não é! Mas se a Portuguesa quiser ainda ser algo real, é preciso de uma dose de realidade, é preciso ser Real Portuguesa! E é essa a razão dessa coluna... Este blog apóia a tentativa e torce para que Real Portuguesa seja o indicado por torcedores e simpatizantes.