Afirma o dicionário da Língua Portuguesa Houaiss que o verbo "Banalizar" nada tem a ver com o substantivo "Banana". Acrescenta que há várias interpretações para o substantivo, mas que nem de longe há conexão com o verbo em questão. Uma pena, digo! Pois nesse momento "Banana" e "Banalizar", na verdade, estão escalados no mesmo time e acredito até que formem uma dupla de ataque. Para este blog, uma dupla ruim, mas o fato é que estão ali, lado a lado!
Racismo é algo muito sério e que não deveria ser encarado sob hipótese alguma do ponto de vista do marketing cotidiano. Cada um, claro, tem seu grau de avaliação, seu instrumento para interpretar qualquer fato do dia a dia, mas levá-lo para perto do banal não ajuda.
Não ajuda, porque sempre há e haverá uma casca de banana em toda banana. Banana tem casca e ela é escorregadia por demais.
O gesto de várias personalidades do mundo esportivo e de outros setores da sociedade, a alcunha "somostodosmacacos" nas redes sociais, em certa medida, podem descambar em direção à banalização. E da banalização para a diminuição da relevância que o tema racismo pede, é um pulo, melhor, um drible!
Mas que fique bem claro! Uma situação é o gesto de Daniel Alves, que diante do Villarreal comeu uma banana arremessada das arquibancadas, como forma de repulsa à infeliz atitude do torcedor. Uma repulsa justa! Outra é a multiplicação da indignação, que se estiver distante da credibilidade, logo ficará no vazio e só servirá para murchar o real sentimento de repulsa em relação a qualquer gesto cotidiano de racismo.
O que falta mesmo, para este blog, é punição. E da grossa! A NBA (Liga de Basquete dos Estados Unidos), por exemplo, parece começar a se mexer. Trabalha com multa e até suspensão do dono dos Los Angeles Clippers, que na semana passada externou sua opinião sobre os negros. Na Espanha, o Villarreal garante que vai impedir que o torcedor que atirou a banana volte a frequentar seu estádio de futebol.
Mas medidas como essa seriam suficientes? Para este blog, não! É preciso ser mais duro e assertivo. Talvez até usando como exemplo a punição de meia década que os clubes ingleses vieram a sofrer após a decisão da Liga dos Campeões da Europa em 1985 entre Juventus e Liverpool, a famosa tragédia de Heysel, na Bélgica.
É preciso realmente cortar na própria carne, como indica um velho ditado popular. Em outras palavras, eliminar um clube de futebol pequeno ou grande, um time de basquete de renome ou não, um país de primeiro ou terceiro mundo das respectivas competições esportivas nas quais o episódio aconteça.
Sem isso, sem assertividade, sem clareza, sem força, é usar o tão simpático substantivo, agora na condição de adjetivo, num de seus piores significados, o de covarde!