terça-feira, 22 de abril de 2014

Capital da Bola

   Os mineiros podem se orgulhar! A capital do futebol brasileiro é Belo Horizonte. Em 2013, já foi assim. Atlético Mineiro campeão da Copa Libertadores de América e Cruzeiro vencedor do Campeonato Brasileiro. E em 2014, tudo indica que nada vai mudar... São favoritos ao título do Brasileirão!

  Agora, mesmo que o caneco não venha na competição nacional ou na Copa Libertadores, o fato é que Cruzeiro e Atlético, Atlético e Cruzeiro deverão dar as cartas neste ano. Melhor estruturados que seus principais rivais de São Paulo e Rio de Janeiro, os times mineiros precisam só prestar atenção mesmo é nos gaúchos. Tanto Internacional quanto Grêmio reúnem boas condições de brigar pelo título nacional em 2014, sendo que no caso do Grêmio há espaço também para sonhar com o caneco da Libertadores.

   Mas o que aconteceu com o futebol mineiro? A reviravolta por lá passa por uma série de fatores, que pode ser inicialmente resumida na palavra gestão. As dívidas foram reestruturadas em condições bem mais favoráveis, novas receitas foram obtidas e os dois clubes, depois de sofrerem no início desta década, quando foram obrigados a jogar na Arena Jacaré, voltaram a ter o Estádio Independência e o Mineirão.

   Dentro das quatro linhas, também houve avanço, uma vez que tanto Atlético como Cruzeiro souberam dar estabilidade ao comando técnico escolhido. Se o Atlético, por exemplo, perdeu Cuca, porque Cuca quis sair, o Cruzeiro se manteve sereno com Marcelo Oliveira, mesmo sendo derrotado na final de seu primeiro campeonato mineiro defendendo a Raposa diante do Atlético. E olha que Oliveira tem ligações históricas com o Galo. Foi lá revelado e já havia livrado o Clube Atlético Mineiro de um provável rebaixamento no Brasileirão de 2008.



   O único senão que a turma de Minas Gerais precisa prestar muita, mas muita atenção é quanto ao futuro de sua estrutura. Em outras palavras, como manter tudo funcionando "amanhã" no mesmo nível de hoje!

   Com a implosão do Clube dos 13 e a nova distribuição de recursos das cotas de televisão, os clubes de Minas Gerais perderam bastante. Flamengo, Corinthians e São Paulo costumam embolsar mais de R$ 100 milhões a cada Brasileiro, ao passo que Atlético Mineiro leva para Cidade do Galo algo como R$ 80 milhões e o Cruzeiro perto disso também. 

   Ou seja, lidar ano após ano com uma diferença na casa dos R$ 20 ou R$ 30 milhões em relação a adversários diretos de centros economicamente mais vistosos é uma tarefa difícil e que exige muito traquejo.

   O que fazer? Primeiro, continuar a diversificar as demais receitas, como programas de sócio-torcedor. Apertar a fiscalização para que produtos originais sejam comercializados, manter os pés no chão quanto às contratações e salários, mas principalmente internacionalizar.

   O Galo tem Ronaldinho Gaúcho e sempre vai ser atração onde for jogar, no Brasil e no exterior. E o Cruzeiro pode também se arriscar a desbravar alguns mercados, principalmente os da América Latina. Agora, para tirar tudo isso do papel seria preciso encontrar tempo no calendário esportivo. E como é montado atualmente está longe de oferecer tamanha elasticidade.

   Portanto, no rol das medidas a serem implementadas para garantir o bom andamento do "amanhã", Cruzeiro e Atlético deveriam colocar no banco de reservas a rivalidade e tomarem ações em conjunto. A chance de dar jogo é grande. Se dois clubes importantes de um mesmo Estado colocarem as cartas à mesa, dificilmente alguém pedirá truco!

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