sexta-feira, 16 de maio de 2014

Liberte a Reflexão!

   Nunca antes na história deste País, o futebol brasileiro foi tão mal na Copa Libertadores de América como na competição de 2014. E aqui há espaço para se desfiar um rosário de razões... Ano de Copa do Mundo, planejamento a desejar, times desarrumados, enfim, explicações estão na prateleira, basta pegar e usar. Mas o que deveria guiar o debate é uma pergunta até singela. Por que não fomos bem? 

   Vem aí a Copa do Mundo no Brasil e como somos pentacampeões, além de termos faturado o caneco da Copa das Confederações em 2013, nem é preciso dizer que a soberba já veste salto 15. O brasileiro adora acreditar que pratica o melhor futebol do mundo, tem os melhores jogadores do mundo e é uma espécie de "Globetrotters", em alusão ao fantástico time de basquete norte-americano que desfilou seu talento principalmente nos anos 80, do esporte bretão.

   Pois, então... Sinto decepcioná-lo, mas para este blog não jogamos o melhor futebol do mundo desde 2002, não temos os melhores jogadores do planeta já faz um boooommmm tempo e de "Globetrotters" só mesmo a lendária camisa Amarela. Até porque uma coisa é o futebol que se joga no Brasil e outra, bem diferente aliás, é a Seleção Brasileira. Sim, porque o País tem tantos jogadores espalhados mundo afora que o amadurecimento é contínuo, multilateral e independe de qualquer movimento de organização. Ele acontece naturalmente, porque não há outro caminho que não seja acontecer. 
"...nem é preciso dizer que a soberba já veste salto 15."
   O que nos ensina essa edição da Copa Libertadores de América é que precisamos urgentemente calçarmos as sandálias da humildade. Classificamos seis times para a fase de grupos, três foram eliminados nessa mesma fase, o que jamais aconteceu na história da Libertadores, desde que a competição assumiu esse formato em 2000. De quebra, nenhum clube paulista sequer pisou nos gramados latino-americanos, o que mostra que as agremiações do Estado mais rico do País precisam é de uma boa reflexão!

   Se tecnicamente, já apresentamos sérias dificuldades, porque falar em superioridade hoje soa como brincadeira, taticamente, a conversa é outra e só piora. Há quanto tempo não assistimos um clube brasileiro de ponta jogando como a Universidade do Chile jogou em 2012 sob a batuta do argentino Jorge Sampaoli, que hoje comanda a seleção chilena? Desde o São Paulo de Telê Santana? Desde o Palmeiras dos mil gols de Vanderlei Luxemburgo? Desde o Vasco da Gama de Edmundo e Evair? 

   O buraco é fundo e só se aprofunda. Não há intercâmbio, porque os times não têm tempo para jogar no exterior... Não há vacância no calendário. Não há intercâmbio, porque não contratamos além do continente sul-americano. 
"Há quanto tempo não assistimos um clube brasileiro de ponta jogando como a Universidade do Chile jogou em 2011, 2012...?"
   Enfim, não há troca de conhecimento. Ou o futebol praticado no Brasil se abre e admite que é preciso de renovação em todos os sentidos, tecnicamente, taticamente e organizacionalmente ou vamos assistir o aprofundamento desse cenário, com mais vitórias de "Raja Casablanca", "San Lorenzo", "Bolívar" e por aí vai...

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